27 junho 2009

Como é que sabes se aquela pessoa é um programador?

Os programadores (e os "doidos" da informática em geral) são uns bichos estranhos. O seu estado natural é enfiado frente ao computador, a dedilhar furiosamente no teclado, a escrever coisas que nem um poliglota saberia compreender. Mas mesmo quando não estão a programar, a sua atitude e maneira de estar são tão típicas da sua classe que por vezes podem ser reconhecidos a milhas de distância. É ou não verdade?

O que se segue é uma lista de pequenas expressões que denunciam a profissão do programador. As expressões foram retiradas do site Stack Overflow, que é um site de entreajuda para programadores (obviamente). As expressões que se seguem são algumas das mais votadas. Recomenda-se a leitura da pergunta original para verem todas as respostas e adicionar mais algumas que encontrarem.

Posto isto, digo-vos que poderão dizer se determinada pessoa é um programador se esta:
  • Usa parêntesis dentro de parêntesis na sua escrita normal (pelo menos é o que eu faço (às vezes)).
  • Começa a contar do zero em vez do um e considera 256 um número redondo.
  • Quando lhe fazem uma pergunta simples como Queres uma chávena de chá? faz uma pequena pausa antes de responder, como se estivesse a guardar os pensamentos anteriores no disco antes de processar a pergunta.
  • (Em alternativa) Quando lhe fazem uma pergunta simples como Preferes A ou B? responde Sim.
  • Está mais interessada em comprar e escolher um teclado do que em carros, sapatos, etc.
  • Interpreta as perguntas o mais precisamente possível, como por exemplo:
Esposa: Queres ir pôr o lixo lá fora?
Programador: Não. (posso ir, mas querer não quero)

Transeunte: Tem horas que me diga?
Programador: Tenho.

Esposa: Compra um pão de forma, e se houverem ovos, compra 6.
Programador: OK.
Esposa (depois da compra): Porque é que compraste 6 pães de forma?
Programador: Porque havia ovos.
  • Ri-se de piadas parvas como "Existem 10 tipos de pessoas: as que percebem binário e as que não percebem".
  • Se lhe perguntarem que linguagens conhece, enumera uma data delas mas não diz "Português" ou "Inglês".
  • Depois de uma longa conversa tenta lembrar-se onde a conversa começou e que passos deu até chegar ao ponto actual.
  • Tem tendência a terminar as frases com ponto e vírgula;
  • Se lhe pedirem para resolver um problema, refere todas as formas possíveis e imagináveis de o resolver.
  • Programador masculino: quando vê uma mulher atraente com um telemóvel de última geração na mão, olha primeiro para o telemóvel.
  • Diz que a sua cor preferida é #0000FF
  • Se lhe perguntarem que tipo de computador usa, não responde só com uma palavra.


01 junho 2009

Será que é preciso chegar ao Verão para as facas cortarem manteiga?

No grupo das expressões que são particularmente irritantes encontra-se a expressão "facas a cortar manteiga". Parece algo muito inteligente mas no fundo trata-se de uma expressão completamente desprovida de personalidade, algo que serve para tudo mas no fundo não explica grande coisa. Ouvir a expressão "facas a cortar manteiga" como resposta a uma pergunta não me deixa com a sensação de que a pergunta foi respondida, deixa-me, pelo contrário, a pensar em mais uma dezena de perguntas que terei de fazer.

Em primeiro lugar, o próprio objecto da expressão é ambíguo. A expressão tanto pode servir para algo que corte facilmente ("esta faca corta a carne como se fosse manteiga", "esta carne corta-se como se fosse manteiga"), como para algo que não corte bem ("esta faca só corta manteiga"). Portanto logo aí a expressão suscita a dúvida: se as facas cortam bem manteiga, isso quer dizer que cortam bem ou que cortam mal?

Mas o problema principal não é esse. O problema é assumir que todas as facas cortam manteiga. Ou pelo menos que a cortam tão facilmente como se diz. Acham que é verdade? Vejo-vos envergonhados, recusando-se a admitir, mas no fundo todos sabem o que quero dizer: Nem Sempre as Facas Cortam Manteiga! E todos chegam a essa brilhante conclusão quando vem o Inverno e está um frio de rachar, ou quando alguém se esquece e deixa a manteiga no frigorífico. Aquilo é um bloco duro e maciço, cujos bocados que cortamos são sempre maiores do que o que queremos. Se um extraterrestre descesse à terra e visse este bloco de manteiga, dificilmente concluiria que era a coisa mais fácil de se cortar à faca.

Toda a gente sabe disto. Mas ninguém assume este erro crasso, e continua-se a dizer por aí que é fácil cortar manteiga. Os mais conscientes acabaram por inventar uma série de eufemismos para que o erro não se torne tão visível: "Parece uma faca quente a cortar manteiga". "Parece uma faca afiada a cortar manteiga". "Parece uma faca a cortar manteiga mole". "Esta faca corta manteiga no Verão". "Esta faca corta manteiga nos trópicos".

Com tantos acrescentos e modificações, não deveríamos começar a achar que o problema está mesmo na manteiga? Não se consegue arranjar mesmo nada mais fácil para cortar? Experimentem cortar pudim, ou gelatina, ou banana sem casca, ou farinha, ou molho bechamel! Qualquer uma destas coisas pode ser bem mais fácil de cortar do que manteiga. Acreditem que se alguém me dissesse que algo "parecia uma faca a cortar molho bechamel", eu ficaria perfeitamente esclarecido.

Tenham um pouco de bom senso, e ajudem-me a erradicar este mito urbano da história da humanidade. E a dar à manteiga, que não é tão fraca como dizem, o seu merecido respeito.